O Brasil vai crescer mais do que o mercado espera? Uma análise sobre o nosso futuro.

Participei no dia 9/9 do evento "Fitch on Brazil 2025" e um dos pontos altos do painel com Nathalia Seoane, Managing Director, Brazil Country Head e Shelly Shetty, Managing Director, Head of Sovereign Ratings Americas and Asia.

Achei interessante a Shelly admitir que subestimou o crescimento do Brasil nos últimos anos.

Em vários momentos, nosso PIB real superou as projeções da agência. Essa resiliência acendeu um debate: será que o nosso potencial de crescimento é, na verdade, maior do que os 2% que eles projetam?

Apesar do nosso bom desempenho recente, a Fitch ainda se mostra cautelosa e mantém a projeção de 2% para o médio prazo, uma visão que destoa de outras instituições, como o FMI.

Mas, o que explica essa cautela? A agência apresentou alguns pontos cruciais:


  • Comparação com Pares: Em 2008, quando o Brasil conquistou o Grau de Investimento, nossa perspectiva de crescimento era de 4% ao ano. Hoje, essa projeção caiu para 2%.

  • Taxa de Investimento Baixa: Nossa taxa de investimento em relação ao PIB é modesta e caiu na última década, o que limita a expansão da nossa capacidade produtiva.


  • Juros Reais Elevados: Operamos com uma das taxas de juros reais mais altas entre os mercados emergentes, o que naturalmente inibe novos investimentos.

  • "Custo Brasil": Embora tenhamos tido algumas melhoras com reformas, o famoso "Custo Brasil" continua sendo um desafio para a nossa competitividade.

O que pode mudar o jogo para o Brasil?

A Fitch deixou claro o que vai observar de perto nos próximos meses para reavaliar o rating do nosso país:


  • Para Melhorar: Políticas que tragam confiança na estabilização da dívida pública e reformas que incentivem o investimento são o caminho.

  • Para Piorar: Ameaças à sustentabilidade da dívida e à estabilidade macroeconômica podem nos rebaixar.


A verdade é que um retorno ao Grau de Investimento não parece estar no horizonte de curto prazo. Nossas métricas de dívida pública e déficits fiscais estão bem mais frágeis hoje do que em 2008.

Essa análise nos mostra que, apesar da resiliência, temos um longo dever de casa a ser feito.

Qual a sua opinião?

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